29 fevereiro, 2012

Eu fingi que não ia escrever

sobre isso.
Porque eu não sei sobre o que escrever. Minhas memórias estão desaparecendo e eu não tenho a mínima ideia sobre o que eu vou registrar aqui. Sei sobre o que quero falar, não sei como fazê-lo. E não sei tanto como fazer isso que estou digitando essa introdução toda numa velocidade altíssima, como se eu estivesse aflita. E estou. Aflita por não saber o que colocar aqui, porque sei que palavra alguma trasncreve o que estou pensando. E as coisas que eu penso no momento tem tantas carcterísticas: tem cheiro, tem cor, tem vozes, tem tato. E eu poderia falar sobre qualquer uma dessas coisas, mas não consigo. Não sai nenhuma palavra que tenha a ver com que o que eu quero deixar registrado aqui. A felicidade é tanta que nem cabe nas palavras. E eu fingi que saberia descrever tudo aqui, eu fingi que tudo era tão bobo que em duas ou três frases exclamativas eu conseguiria resumir tudo, eu fingi que conseguiria falar sobre tudo sem sem revirar de um lado a outro lembrando de tudo e esquecendo do resto. A única coisa que eu não fingi foi minha incapacidade de escrever sobre isso.

2 comentários:

Maíra K. disse...

Quando a inspiração desaparece, eu me sinto assim, completamente vazia.

Anônimo disse...

De fuder!!!! (desculpe-me pelo palavrão,não consegui algo mais expressivo.) Muito bom mesmo! Isso é mais que inspiração, é inspirador!
Mais importante, às vezes, do que encontrar as respostas, é saber que as respostas certas podem não servir. Obrigada pela confissão.