25 setembro, 2011

Cativeiro meu


“Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas”

Estou fechado para ser cativado. É que com a experiência ( e a falta dela) vejo que falta algo antes de me responsabilizar durante o tempo eterno por alguém que eu cativei. E se no desespero para que alguém me cative, eu ao invés de achar um cativador achar um cativeiro (outra vez). Prefiro não me arriscar de novo.  Independente do que for, prefiro não me disponibilizar a me tornar a responsabilidade eterna de ninguém. Minha predileção é que eu seja cativo de mim mesmo, antes de tentar ser cativo de alguém. Se eu puder achar um aquilo para cativar, procuro a responsabilidade eterna e me torno nela. Entretanto, só depois de já ter aprendido a ser eterno cativeiro de mim.


Pergunte- me o que eu quis dizer com esse texto ? Não sei, só sei que ele estava perdido no meu computador há séculos e eu nem lembro de quando o escrevi, nem porque o fiz. Enfim, estava na pasta dos textos para o blog, então devia ser publicado. É isso.

22 setembro, 2011

Sintonia




Você fala de jazz, eu penso em pandeiro
Você não sabe tocar; eu não sambo.
Eu penso em poesia, você em prosa
Não entendo parágrafos, nem você as métricas.
Folha eu; mão você
Espero para ser escrita; esperas com o que escrever
Eu, fita. Você, mão
assim, nós.

17 setembro, 2011

bmc

se o trem não tivesse ido antes
estaria indo agora
e de qualquer forma eu ainda estaria atrasada
então deixo isso de lado e me deixo também
vou a pé
e adianto minha volta

14 setembro, 2011

Coisas de sapatos

Mariinha sabe amarrar os sapatos, mas tem falta de vontade de fazer isso o tempo todo.  Nos primeiros cinco minutos andando, ouve um" psiu, coisinha olha o sapato" e finge que não ouve nada. Só anda e anda. Passa mais um tempo, e uma outra voz, dessa vez feminina, que grita o mais alto que pode: " fia, olha 'pro' pé. Vai quebrar a cara". E Mariinha anda e anda. A liberdade de Mariinha começa pelos pés. E desamarra o cadarço para que eles se sintam livres. Ela promete que um dia vai se desamarrar também. E por enquanto, anda e anda.